THE BLACK CROWES


The Black Crowes é uma banda de rock norte-americana de Atlanta, Georgia. O grupo começou em 1985 e vendeu até hoje mais de 15 milhões de álbuns. A banda ocupa a posição #92 na lista dos 100 Maiores Artistas de Hard Rock da VH1.

A banda é uma das mais eficazes máquinas no campo das guitarrices e psicodelias em geral. O grupo mostra nos seis discos lançados e ao vivo que é muito mais do que uma cópia de The Rolling Stones ou The Faces - a quem são freqüentemente associados.

Com integrantes não muito mais velhos que suas próprias tendências, a banda tem a aparência tipicamente roqueira: cabelos longos, roupas aveludadas, coletes e físicos impossivelmente fracos. Além disso, aquele tradicional som “blueseiro” e alcoólatra.

O vocalista Chris Robinson é um dos mais intrigantes showmen do rock atual. Com voz de Rod Stewart, trejeitos de Mick Jagger e visual glam inspirado em David Bowie, ele faz a linha de frente do Black Crowes com seu irmão Rich Robinson, que fundiu em sua guitarra a magreza de Keith Richards e a sensação rítmica suja de Ron Wood.

Stan, o pai dos irmãos Robinson, foi cantor e teve até uma música pop famosa chamada “Boom-a-Dip-Dip”. Ele sempre desencorajou os filhos a se tornarem músicos profissionais, mas por volta de 1984 eles já estavam formando a banda Mr. Crowe’s Garden (nome do conto de fadas preferido dos Robinson), que logo passou a se chamar simplesmente Black Crowes e culminou com Chris abandonando a faculdade.

Black Crowes pode ser definido como a fusão de hard rock com rock psicadélico, misturando um blues pesado com rock básico. Com essa mescla convocaram o baixista Johnny Colt, o guitarrista Jeff Cease e o baterista Steve Gorman para gravarem o primeiro disco. Lançado em 1990, Shake Your Moneymaker é uma forte investida na mistura rock/blues e a estréia é surpreendente. O disco vendeu mais de 4 milhões de cópias e com ele a banda foi eleita revelação do ano pelos críticos norte-americanos. “Twice As Hard”, “Jealous Again” e “Hard To Handle”, de Otis Redding são algumas das pérolas do álbum, sem contar a lindíssima balada “She Talks To Angels”, que sozinha vale o disco.

Em março de 1991, os Black Crowes foram convidados para abrir shows do ZZ Top. Durante a tour, Chris Robinson fez algumas observações sarcásticas sobre comercialismo e foram expulsos após expressarem suas opiniões sobre manter bandas de rock livres da incorporação de patrocinadores, já que a marca de cerveja que estava realizando a excursão, obviamente, não gostou nem um pouco da idéia.

Dois meses depois a banda sairia em turnê própria, abrindo seus shows com um ato da ópera Maggie’s Dream. Como se pode perceber, Chris Robinson não é uma pessoa fácil, e na mesma época foi preso por agressão e por perturbar a paz depois de discutir com uma cliente de uma loja de conveniência em Denver. Passou três meses brigando na Justiça, onde conseguiu o direito de cumprir 6 meses de trabalho comunitário em liberdade após desembolsar 530 dólares de multa.

Chris desmoronou em desnutrição e esgotamento durante a passagem da banda pelo Reino Unido, onde estava sendo altamente requisitada. Mal se recuperou dos problemas de saúde e o vocalista levou sua banda ao Monsters Of Rock em Moscou, na Rússia.

Jeff Cease é então substituído pelo guitarrista Marc Ford, vindo da banda Burning Tree, de Los Angeles. O Crowes apoia a retórica a favor da maconha, tocando no Great Atlanta Pot Festival, organizado pela National Organization to Reform Marijuana Laws, algo como Organização Nacional Para Reforma das Leis da Maconha.

No segundo trimestre de 1992 é lançado o segundo álbum, chamado The Southern Harmony And Musical Companion. O sucesso permite experimentações e a banda mergulha no psicodelismo. Músicas como “Remedy”, “Thorn In My Pride”, “Sometimes Salvation” e a inspiradíssima versão de “Time Will Tell”, de Bob Marley, levam o álbum ao topo da parada norte-americana e ao segundo lugar da parada inglesa.

Com o sucesso, a banda se estabeleceu como uma atração obrigatória nos concertos populares de verão nos EUA. Ainda em 1992 a banda adicionou o tecladista Eddie Hersch ao grupo como um integrante permanente.

Em fevereiro de 1993, um show com entrada gratuita em Houston ocasionou uma verdadeira invasão ao local da apresentação, fazendo com que a segurança da própria banda estivesse ameaçada. Porém, o êxtase dos fãs e o bom trabalho da polícia fizeram do show um fato marcante na história da banda.

Em março do mesmo ano a banda encerraria um show em Louisville, Kentucky, após tocar apenas uma música, devido a problemas no backstage entre os roadies e oficiais da divisão de narcóticos do estado. Neste mesmo dia, o chefe de segurança e o supervisor comercial da banda foram presos após agredirem os policiais.

A fórmula dos álbuns anteriores é levada às últimas conseqüências no terceiro disco Amorica, lançado em 1994. Eles carregam no experimental em “Gone” e “A Conspiracy”, na melodia em “Wiser Time” e no groove em “P.25 London”. Amorica chega ao top 10 da parada norte-americana, mas a marca principal do disco foi a capa, que mostra o close de uma mulher de biquíni, que tem parte de seus pêlos púbicos expostos. A ilustração do biquíni possui desenhos que remetem a bandeira norte-americana, por isso algumas tiragens tiveram sua capa alterada devido a atritos com autoridades governamentais.

“Eu sei que isso é o que nós queremos ser e onde queremos viver, por isso estamos presos na América”, explica Chris Robinson sobre a inspiração do título de Amorica. Durante a turnê deste disco, a banda vai ao Brasil e faz um show com longas jam sessions.

Em julho de 1996 sai o quarto álbum da banda, Three Snakes And One Charm, com Eddie Harsch tocando teclados. Problemas de relacionamento pessoal e musical entre os irmãos Robinson quase decretam o fim. Muita loucura e a falta de uma direção musical resultam em um trabalho irregular. Destaques para “Blackberry”, “Good Friday” e “Evil Eye”.

Em agosto de 1997, Marc Ford é despedido depois de cinco anos como guitarrista da banda. Poucos meses depois, o baixista Johnny Colt também sai, entrando em seu lugar Sven Pipien, ex-Mary My Hope. Após assinarem contrato com a Columbia Records, é lançado em 1998 o quinto álbum, By Your Side. Produzido por Kevin Shirley, um dos colaboradores do Aerosmith, o disco é uma espécie de retorno às origens. Musicalmente, os irmãos Robinson nunca estiveram tão entrosados. O rockão “Go Faster”, o já sucesso “Kickin’My Heart Around” e a porrada “HorseHead” fazem deste um álbum coeso.

Saem em turnê durante seis semanas, a qual foi chamada de “Sho’ Nuff” e no mesmo ano lançam uma box set com os cinco discos da banda remasterizados chamada SHO’NUFF - The Complete Black Crowes, cada um com músicas inéditas ou versões alternativas, mais um CD extra gravado ao vivo durante a tour.

No mesmo ano a banda une-se a Jimmy Page para uma série de apresentações nos EUA e Inglaterra. Em 2000 lançam o álbum Jimmy Page and the Black Crowes Live at the Greek, que consiste principalmente nos padrões Led Zeppelin de se fazer música. Versões de clássicos zeppelianos com o toque especial dos irmãos Robinson fazem deste um disco empolgante do começo ao fim, com destaque para a alucinante versão de “Ten Years Gone”. Esse álbum arrepiou alguns conservadores no mundo da indústria fonográfica, por sua distribuição inicial ter sido feita online. O excelente guitarrista Audley Freed, ex-Cry Of Love, também fez parte da formação da banda que acompanhou a turnê com Jimmy Page.

Em 8 de Maio de de 2001 a banda lança seu sexto álbum de estúdio Lions,, que inclue músicas como “Miracle To Me”, “Losing My Mind”, “Soul Singin”, “Cosmic Friend” e etc.

Mas em 2002 o Black Crowes anunciam um “hiato por tempo indeterminado”. Muitos decretaram que esse era o fim da banda, ocasionado por problemas de relacionamento entre os membros e principalmente devido ao casamento de Chris Robinson com a atriz Kate Hudson .

Durante este período, Chris lançou dois discos solo: New Earth Mud (2003) e This Magnificent Distance (2004). Seu irmão, Rich Robinson, também lança um disco próprio: Paper (2004).

Após mais de 3 anos, em 2005, o Black Crowes, retornou aos palcos num clima eufórico e intimista. O primeiro show, no dia 14 de Março de 2005, ocorreu no pequeno bar “Staircase”, na cidade de Pittson-PA. O curioso é que nesses shows em bares, os Black Crowes estavam com outro nome.

Mr.Crowe’s Garden, que era o nome da banda antes do estrelato, foi o codinome do grupo para despistar a grande imprensa. Sendo assim, somente os verdadeiros fãs atentos iriam aos concertos. Esses shows, que também serviram para aquecer as turbinas da banda, duraram uma semana. O tão aguardado show oficial de retorno dos Black Crowes se deu no dia 22 de Março de 2005, em Nova York, no Hammerstein Ballroom. Ingressos esgotados e uma noite com graneds clássicos da banda.

Com exceção do baterista Steve Gorman, que anda parado com a música, os Black Crowes voltaram com Chris Robinson (vocal), Rich Robinson (guitarra e voz), Sven Pipien (baixo), Ed Harsch (teclado), Bill Dobrow (bateria), além do grande guitarrista Marc Ford, que após a saída dos Crowes em 1997, andou tocando com Gov’t Mule e Ben Harper.

Steve Gorman retornou a banda na segunda metade de 2005. No mesmo ano, realizaram uma curta turnê com Tom Petty and the Heartbreakers.

Em 21 de Março de 2006, Black Crowes lançou seu primeiro DVD oficial, intitulado “Freak n’ Roll… Into The Fog”, que traz um show ao vivo gravado no histórico Fillmore Auditorium em San Francisco, Califórnia. O DVD traz ainda material bônus com cenas de bastidores

A banda lançou no dia 4 de março de 2008 o seu novo disco “Warpaint”, e é o primeiro gravado em estúdio desde “Lions” (2001). O disco sairá pela Silver Arrow Records e será distribuído pela Megaforce/Sony Red BMG.

A nova obra dos irmãos Robinson foi produzida pelo guitarrista Paul Stacey, que deixou temporariamente o grupo. As gravações ocorreram no Allaire Studios, em Woodstock. Dois novos integrantes estão presentes nesse novo trabalho: o guitarrista Luther Dickinson e o tecladista Adam MacDougall.


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