DEAD KENNEDYS

A história do Dead Kennedys começa quando Eric Boucher respondeu a um anúncio que procurava por vocalistas para uma nova banda de rock. O autor do anúncio era o guitarrista East Bay Ray e Eric logo se tornaria Jello Biafra. Os dois se juntariam ainda a Klaus Flouride (baixista), a um segundo guitarrista conhecido apenas pela alcunha de “6025” e ao baterista Bruce Slesinger. Era 1978, a política americana agonizava nas mãos conservadoras e a repressão e a insatisfação social tornava o período excepcionalmente propício para o surgimento de uma nova tendência musical: o hardcore - uma mistura revitalizada do punk rock inglês e americano.

 Durante os primeiros shows da banda ficava claro que as letras seriam o foco central das criações. Sátiras ácidas e críticas profundas ao comportamento social americano, à política interna e externa dos EUA da época, o consumo exagerado do “America Way of Life”, tudo se tornava alvo para Jello e seus companheiros. O discurso inflamado aliado às performaces dos Kennedys foram cooptando os primeiros fãs da banda. Em 79, o então guitarrista “6025”, deixa de integrar a banda oficialmente (mas continua se apresentando com o DK e ajudando com composições). Ainda em 79, cientes de que nenhuma gravadora iria querer contratar uma banda tão controversa, Biafra resolve criar sua própria gravadora.


Nasce a Alternative Tentacles. Ainda em 1979 é lançado o primeiro single da banda:”California Übber Alles”, uma crítica direta ao então governador da Califórnia, Jerry Brown, e “Holliday in Camboja”, um ácido hino anti-beliscista repleto de humor negro. Nesse mesmo ano, Jello Biafra, militante político anarquista e agitador cultural de uma nova vanguarda musical, candidata-se ao cargo de prefeito de São Francisco. Entre outras coisas sua plataforma política previa que os vereadores trabalhariam com um nariz de palhaço para que pudessem ser identificados em meio à população comum. Com slogans como “Apocalipse agora! Jello para prefeito”, alcançou um honrado 4 lugar entre políticos mais sérios (!?). Em 1980 foi lançado clássico “Fresh Fruit for Rotten Vegetables”. Disparando para todos os lados - políticos, polícia, igreja, escola, estado, sociedade, tv - é considerado um dos melhores álbuns da banda até hoje. Em 81 foi lançado o EP “In God We Trust, inc.”, uma prévia do segundo álbum. Em 82 Slesinger, então baterista, deixa a banda e em seu lugar entra Darren H. Peligro. Com essa formação eles gravam “Plastic Surgery Disasters”, segundo álbum completo da banda. Em 85 sai o polêmico “Frankenchrist”, trazendo no encarte várias gravuras e desenhos de pênis, o que rendeu ao grupo alguns processos por promoção de pornografia para menores e obscenidade, do qual, felizmente, saíram vitoriosos. Com uma musicalidade diferenciada o álbum ainda gera controvérsias entre os fãs da banda. Em 86 sai “Bedtime for Democracy”, último álbum de inéditas da banda. Depois desse trabalho os Kennedys resolvem se separar e dar continuidade aos projetos pessoais de cada um. Após a separação a marca de jeans americana “Levi’s” queria utilizar a musica “Holiday in Cambodia” em um de seus comerciais. Jello, como era de se esperar, foi contra mas os demais integrantes aceitaram a empreitada devido as altas somas de dinheiro oferecidas pela empresa. Esse fato desencadeou um briga entre os músicos do DK e Jello Biafra que foi impedido de tocar suas próprias canções exigindo o direito de todas elas na justiça americana. Hoje, para que possa cantar suas musicas em shows ele conta com a ajuda de bandas como Offspring, Soulfly, Bad Religion, Pennywise, entre outras, que executam as covers convidando Jello para assumir o microfone. Assim, Biafra seguiu carreira solo, participou de discos de outros artistas (como o Ministry e o Sepultura) e com a Alternative Tentacles, passou a produzir outras bandas. Em 87 foi lançado “Give me Convenience or give me Death”, uma compilação dos sucessos da banda. Em 2001 saiu “Mutiny on the Bay”, único registro oficial ao vivo da banda, contendo os hinos “California Ubber Alles” e “Holliday in Camboja”, além de um dos inúmeros discursos de Jello Biafra contra as guerras.

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