AUDIOSLAVE


Para se entender a história da formação do Audioslave, é preciso falar de duas bandas de peso no cenário do rock: Rage Against the Machine e Soundgarden. Zack de la Rocha, o vocalista do Rage Against the Machine deixou a banda em outubro de 2000 para seguir carreira solo, ao passo que os três integrantes remanescentes partiam para a busca de um novo vocalista. O futuro do Rage Against the Machine era incerto quando Tom Morello, Tim Commerford e Brad Wilk receberam o vocalista Chris Cornell (ex-Soundgarden) para um ensaio.

Cornell vinha de uma bem sucedida carreira no Soundgarden nos anos 90 e já havia lançado um álbum solo, “Euphoria Morning”, em 1999. O entrosamento entre os ex-Rage Against the Machine e o ex-Soundgarden superou as expectativas de todos, em pouquíssimo tempo uma banda nova estava surgindo. Os músicos tinham contratos em vigor com duas grandes gravadoras, e rivais. De um lado a Epic/Sony Music do Rage Against the Machine e de outro a A&M/Interscope do grupo Universal, gravadora de Chris Cornell. Através de um acordo raro na indústria fonográfica, que não foi conseguido sem que houvesse muita negociação, foi permitido aos músicos seguir em frente.

Os boatos sobre a nova banda não demoraram a surgir na internet, o que dividiu tanto os fãs de RATM quanto os fãs do Soundgarden. Do lado do RATM, os fãs lamentavam a perda de identidade do grupo, já que Cornell representa um caminho bem diferente da firmeza política e da influência hip-hop de Zack de la Rocha. Já muitos fãs do Soundgarden repudiavam Cornell justamente por entrar num grupo muito vulgarmente taxado de rap-metal. Se for para tocar rock de peso novamente, então porque o fim do Soundgarden? Mesmo entre aqueles que admiram Chris Cornell e que acompanharam a sua carreira solo, questionavam a coerência do músico, já que a união com o Rage Against the Machine significava um caminho radicalmente oposto ao que pôde ser conferido em Euphoria Morning. Mas, sem dar ouvido a esse tipo de manifestação, o futuro Audioslave permaneceu unido e disposto a provar a todos o quanto ainda é possível ousar e atingir novos horizontes com o novo trabalho.

Por pouco, o Audioslave não acabou antes mesmo de começar. Além de contar com duas gravadoras, a banda inicialmente contava com dois times de empresários, os “managers”. De um lado, a empresa que cuida da carreira de Chris Cornell e de outro a empresa que defendia os interesses do Rage Against the Machine. Com tanta gente dando palpites, não foi muito difícil acontecerem os primeiros conflitos. Em março de 2002, o Audioslave (que ainda sequer tinha definido o nome da banda) anunciou a participação na turnê Ozzfest. Com tudo definido, datas e horários dos shows (o Audioslave seria um headliner, a atração principal), Chris Cornell anuncia que está fora. Tanto da turnê Ozzfest como da banda em si. Foi um novo choque para a base de fãs do Soundgarden/Rage Against the Machine. Mas a gravadora Epic continuou anunciando que o disco seria lançado e em pouco tempo Cornell estava de volta para ficar. E a partir de então, o grupo passou a contar com apenas um manager, da empresa The Firm, de Los Angeles.

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