GRAND FUNK RAILROAD

Uma das bandas mais seminais e representativas da década de 70, mas que na ótica da crítica imbecil e reacionária, ostentava injustamente (dividindo com o não menos excelente Uriah Heep) o título de mais malhada.

Apesar da intolerância da crítica e da relutância das rádios em tocar as suas músicas, o GFR construiu uma sólida carreira com uma legião de fans fiéis, principalmente por manter-se sempre “on tour”, apresentando-se em qualquer cidade que passasse...uma banda estradeira. O som deste vigoroso power trio, uma receita de hard/heavy/funk/blues rock, atraia a simpatia dos jovens e das classes trabalhadoras.

Formada em 1968, oriunda de Flint, Michigan, USA, tinha Mark Farner nos vocais e guitarras, Don Brewer na bateria (egressos da banda local Terry Knight and The Pack) e Mel Shacher no baixo (este indo do ? & The Misterians) e participações bissextas do próprio Terry Knight. Terry Knight nos primórdios era um faz tudo nas performances ao vivo, mas rapidamente retirou-se para assumir a gerencia e produção do grupo.

Talvez devido as táticas promocionais não ortodoxas do agora empresário Terry Knight (um replicante do Coronel Tom Parker de Elvis Presley) que tinha por objetivo impor a banda como um produto comercial legitimamente americano, apesar da rebeldia do som do GFR, tenham se acirrado ainda mais os problemas com a crítica e com as rádios americanas, que continuaram o boicote.

Em 1969 se apresentaram no Atlanta Pop Festival, com grande sucesso e excelente receptividade e repercussão junto ao público presente (estimava-se 50.000 pessoas) e um executivo da major Capitol Records presente ao show acabou contratando-os.

Ainda detonados pela crítica, mas já aceitos e tocados em algumas poucas rádios, graças as sua muitas qualidades e seu som diferente dos padrões, mais fans conquistavam por toda a América, o que pode ser comprovado pela vendagem de seus 8 primeiros álbuns lançados entre 1969 e 1974, que lhes deram sem exceção discos de ouro ou de platina.

A agressividade e ousadia de Terry Knight não tinha mais limites, beirando a loucura. Chegou a alugar o Madison Square Garden para promover o album Closer To Home, um estrondoso sucesso, apesar de mais uma vez execrado pela crítica.

Com o sucesso a personalidade difícil de Terry Knight minava o seu relacionamento com a banda, e culminou com sua exclusão/demissão em março de 1972. Isto levou a banda para os tribunais durante um ano de dura batalha judicial, onde afinal sua saída foi indenizada.

Ao final de 1972 o tecladista Craig Frost juntou-se para o album Phoenix. Após este trabalho a banda encurtou seu nome para apenas Grand Funk e finalmente conseguiu emplacar uma música nas rádios, We Are An American Band, que atingiu o #1 no Hit Parade, retirada do album de mesmo nome produzido por Todd Rundgreen (virtuose e multiinstrumentista egresso do Nazz e Utopia).

O trabalho antecedente Shinin'On em função do sucesso do We Are An American Band, conseguiu outro #1 Hit, Locomotion, um remake de Little Eva, mas já no próximo álbum All The Girls In The World Beware o declínio começava. Reverteram o nome para Grand Funk Railroad e mantiveram-se juntos, apesar da decadência e brigas, até 1976, para lançar seu “canto do cisne”, o trabalho Good Singin' Good Payin' produzido nada mais nada menos que pelo gênio Frank Zappa, excelente álbum mas pouco comercial.

Mark Farner retirou-se logo após para uma carreira solo obscura (gravou 2 álbuns solo pelo selo Atlantic Records) e os remanescentes acrescidos do guitarrista Bill Elworthye lançarem um álbum sob o nome de Flint (gravaram 2 álbuns, sendo que um deles nunca foi oficialmente lançado).

Após lançar o sofrível Grand Funk Lives, em 1981 o GFR reagrupa-se modificado, acrescido do baixista Dennis Bellinger.

Em 1983 os remanescentes jogam a toalha e decretam oficialmente o fim do GFR. Na década de 90 fizeram apresentações esporádicas beneficentes (das quais foi lançado no Japão o cd Bósnia) e comemorativas em 1994 no Woodstock 25 anos.

Com o fim do Grand Funk Railroad, Brewer e Frost juntaram-se ao Bob Seeger no Silver Bullit Band e Farner tornou-se um Artista de Cristo, passando a tocar gospel rock (formou uma banda chamada The Godrockers, e lançou 3 discos e uma coletânea pela Frontline Records).

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