RUSH
Rush é uma banda canadense de rock progressivo formada pelo baixista, tecladista e vocalista Geddy Lee, pelo guitarrista Alex Lifeson e pelo baterista e letrista Neil Peart. A banda foi formada no fim da década de 1960 em Sarnia, Ontário, por Lifeson, Lee e John Rutsey.
Mudaram-se para Toronto para desenvolver a carreira da banda e começaram tocando canções de outras bandas em bares. Logo em 1974, duas semanas antes do início da primeira turnê, Peart assumiu a bateria no lugar de Rutsey, completando assim, a formação atual da banda.
História
Primeira fase: 1974–1976
A formação original da banda, em Setembro de 1968, contava com o baixista e vocal Jeff Jones, o baterista John Rutsey e Alex Zivojinovich (guitarra e vocais de apoio), mais conhecido pelo nome artístico Alex Lifeson. O irmão de Rutsey sugeriu o nome Rush batizando e, assim, decretando o início da história de um nome de sucesso. Ainda no mesmo ano, Jones foi substituído por um amigo de Lifeson, Geddy Lee. Sem apoio de gravadoras, lançaram seu primeiro disco independente em 1974, Rush. A popularidade da banda ficou circunscrita à região de Ontário até que o álbum, distribuído pela Moon Records, foi adotado pela rádio Ohio. Esse álbum, mais tarde foi redistribuído pela Mercury Records.
No início da turnê, John Rutsey teve que sair da banda por diferenças musicais em relação aos outros membros da banda. Então, duas semanas antes do início da turnê, Neil Peart “assumiu” as baquetas, criando a terceira e última formação da banda, que se mantém até hoje. Peart é considerado um dos melhores bateristas do mundo. Ele também se responsabilizou pela composição das letras, muito influenciadas por poesia clássica, literatura, ficção científica, e ainda, pela obra e filosofia de Ayn Rand, que marca, por exemplo, a canção “Anthem” do próximo álbum, Fly By Night. A repercussão do primeiro álbum nas rádios estado-unidenses chamou atenção da gravadora Mercury.
Em 1975, foi lançado o segundo álbum, Fly by Night, já contando com Neil Peart na composição das faixas. A banda começou a mostrar o rock progressivo, pelo qual ficou famosa, se afastando do hard rock e do blues, e criando arranjos e letras mais complexas. Ainda no mesmo ano foi lançado o álbum Caress of Steel, mais voltado para o progressivo e considerado por muitos como o mais subestimado. Sofreram, entretanto, alguma pressão para que mudassem o seu estilo, fazendo composições de menor duração e mais comerciais.
O lançamento do álbum 2112, em 1976, definiu, então, o estilo da banda. O disco abre com uma faixa de vinte minutos, reveladora da independência da banda em relação aos padrões considerados comerciais. A gravadora não gostou, mas transigiu, pelo fato de as demais faixas do álbum serem bem curtas e comerciais. Com isso o Rush consegue o grande feito de agradar à gravadora e a si próprios. Como esperado, esse álbum obteve boa repercussão. A partir de então, foram ficando cada vez mais conhecidos pelo mundo afora. No mesmo ano foi ainda lançado o disco ao vivo All the World´s a Stage encerrando a primeira fase da banda.
Segunda fase: 1977–1981
Em 1977, foi lançado A Farewell to Kings, disco em que se estreou o tema “Cygnus X-1”, que também seria editado no álbum que se seguiria: Hemispheres de 1978. O álbum também é conhecido por “Closer To The Heart”, um dos maiores sucessos da banda, e que foi ainda o primeiro compacto lançado pela banda internacionalmente. Ainda deste álbum, podemos citar “Xanadu” que se tornou uma das canções favoritas entre os fãs.
Em 1978, Hemispheres foi lançado. Talvez seja o mais conceitual dentre os últimos três álbuns da banda. O álbum trata do conflito entre razão e emoção e o equilíbrio entre ambos. A primeira faixa continuava o tema “Cygnus X-1” iniciado no disco anterior, e ocupava totalmente o lado A do disco. Além disso, o álbum trazia a primeira faixa instrumental lançada pela banda: “La Villa Strangiato”. “The Trees” (que foi o compacto do disco) é muito tocada nas turnês da banda.
Em 1980, lançam Permanent Waves que traz os grandes sucessos “The Spirit Of Radio” e “Freewill”. Mesmo com algumas canções tendo uma duração maior, como “Natural Science” de nove minutos por exemplo, a maioria dos temas estava dentro do tempo limite das rádios. Em resultado disso, o álbum foi Billboard’s Top 10 e ganhou disco de platina pelas vendas.
Moving Pictures, o álbum seguinte, explodiu comercialmente com “Limelight”, “Red Barchetta” e “Tom Sawyer”, que no Brasil ficou conhecida como tema do seriado Profissão: Perigo. Outro destaque do álbum é “YYZ”, que foi indicada para o Grammy. As composições de longa duração foram representadas por “The Camera Eye”, de onze minutos. Nesse álbum também foi lançada a primeira parte (que, na verdade, é a terceira) da tetralogia Fear, chamada “Witch Hunt”.
Moving Pictures foi terceiro lugar no Billboard Álbum Chart e ganhou quatro vezes o disco de platina. No mesmo ano, gravaram o registro ao vivo Exit… Stage Left encerrando a segunda fase da banda.
Terceira fase: 1981–1988
A partir do álbum Signals, lançado em 1982, os recursos eletrônicos (teclados, sintetizadores, samplers) começaram a ser mais explorados. A primeira faixa do álbum “Subdivisions” é um bom exemplo de tal mudança. “New World Man” que tocou nas rádios, lembrava o som do The Police. Foi uma fase experimental para a banda. Peart foi muito elogiado pelo trabalho que realizou na bateria deste álbum. As canções têm letras relacionadas com as fases da vida, em ordem cronológica. A faixa “The Weapon” dá continuidade à série Fear.
Grace Under Pressure, lançado em 1984, continuou esta tendência. Considerado pelo Rush seu álbum mais comercial, é neste CD que Terry Brown, co-produtor da banda desde o primeiro disco, deixa os projetos da banda, sendo substituído por Peter Henderson. Esse disco traz a terceira parte (que, na verdade, é a primeira) da tetralogia Fear, chamada “The Enemy Within”. Uma curiosidade é que quando tocam “Red Sector A” ao vivo, Lee só toca teclados. A canção “Between the Wheels” deste álbum, é como “Subdivisions” no Signals: são canções em que predominam os sintetizadores. Ambas as canções, mais tarde, se tornaram vídeoclipes famosos na MTV dos Estados Unidos.
Em Power Windows, lançado em 1985, a banda troca, novamente, de co-produtor, sendo dessa vez o trabalho assumido por Peter Collins. “The Big Money” e “Mystic Rhythms”, são provalmente as canções com maior repercussão, pois ambas tiveram um videoclipe na MTV. Este disco, repleto de obras-primas, trazia ainda canções como “Manhatan Project”, “Marathon”, “Territories”, “Middletown Dreams” e “Emotion Detector”.
Lançado em 1987, Hold Your Fire Trazia letras que trabalhavam o tema instintos. Em “Time Stand Still”, Aimee Mann faz vocais extras. Este álbum teve ainda os sucessos “Force Ten”, “Prime Mover” e “Turn the Page”.
Em 1988 foi gravado o álbum ao vivo A Show of Hands, encerrando a terceira fase da banda. Também foi lançado o vídeo do concerto que foi terceiro no Billboard’s Top Music Videos’ e décimo no Top Videocassette Sales Chart. Curiosidade é que mesmo ao vivo, Geddy é quem toca os teclados e sintetizadores das canções.
Quarta fase: 1989–1998
A partir do álbum Presto, lançado em 1989, o trabalho da banda deixou de dar tanta prioridade aos teclados, mas ainda o usando de forma esplêndida. Em “Show Don’t Tell” e “Superconductor”, nota-se menos sua presença, já em “Chain Lightning”, “Scars” e “Red Tide”, os sintetizadores têm muito destaque. “Scars” junta um padrão complexo de ritmos onde a bateria acústica e eletrônica são usadas. De acordo com Geddy Lee, a canção “The Pass” é a favorita da banda. Neste álbum, novamente, o co-produtor foi substituído. Em seu lugar entrou Rupert Hine.
A turnê do álbum Presto foi a última em que Peart usou bumbo duplo em sua bateria[1]. A partir de Roll the Bones ele passaria a usar pedal duplo [2].
Após Presto, foi lançado o Chronicles, coletânea de 1990, com dois CDs e um vídeo com videoclipes que abrangem toda a carreira da banda. Recentemente, em 2001, os vídeos foram relançados em DVD.
Em 1991, a banda lança um novo trabalho. Roll the Bones. “Dreamline” e “Roll the Bones” foram populares na rádio do começo da década de 1990. A faixa “Roll the Bones” teve também direito a um videoclipe. “Where’s My Thing?” é o terceiro instrumental da banda, tendo sido indicado para o Grammy. Destaque também para “Bravado”, uma das canções mais emotivas da banda, como se pode ver nos concertos.
Counterparts foi o álbum seguinte da banda. Lançado em 1993, marca a volta de Peter Collins na co-produção do trabalho. O CD ganhou mais um instrumental da banda, “Leave that Thing Alone” que foi indicado mais uma vez para melhor instrumental no Grammy. “Stick it Out” é uma das composições mais pesadas do Rush, talvez introduzindo o estilo que teria o próximo álbum. Seu videoclipe chegou a aparecer em um capítulo de um desenho animado da MTV. “Nobody’s Hero” chegou a ter direito também a um videoclipe. Outros destaques do álbum são “Animate”, “Cut to the Chase” e “Between Sun and Moon”.
Antes de lançar o álbum Test For Echo, a banda dedicou algum tempo a projetos paralelos. Lifeson lançou seu disco solo Victor. Enquanto Lee dedicou seu tempo à sua família, Peart produziu o primeiro volume de Burning For Buddy. Neste álbum participaram vários bateristas a convite de Peart: nomes como Dave Weckl, Steve Gadd, Bill Bruford, entre outros - alguns até já haviam tocado com Buddy Rich. A partir de então, Neil se motivou a voltar a estudar bateria, para descobrir timbres e ritmos novos. Pode-se notar uma mudança na maneira de tocar nos álbuns que se seguiram.
Em 1996 foi lançado Test For Echo. Neste álbum a banda fez um som bem criativo e com peso na medida exata, que agradou bastante ao público. “Limbo” se tornou o mais recente instrumental da banda. A linha de baixo de “Driven” ficou muita marcada para os fãs e, desde então, nas turnês onde a banda a toca, Lee faz um improviso no meio da canção. No ano seguinte Peart produziu o segundo volume de Burning For Buddy.
Dois anos depois foi lançado o álbum triplo ao vivo Different Stages. Os dois primeiros CDs foram gravados durante as turnês do Counterparts e Test For Echo. O terceiro CD consistia em material que estava guardado de um concerto de 1978, marcando a primeira fase da banda.
Fase atual
Depois de Test For Echo, a banda interrompeu os trabalhos por problemas pessoais na vida de Peart. A sua filha, Selena, morreu em um acidente de carro em Agosto de 1997 e, logo depois, a sua esposa, Jacqueline, morreu de câncer em Junho de 1998. Peart entrou, como ele mesmo descreve, em uma jornada de cura [3] com sua motocicleta, viajando milhares de quilômetros pela América do Norte. Essa jornada foi mais tarde descrita no livro Ghost Rider: Travels on the Healing Road.
Vapor Trails: o álbum e a turnê
Em 2000, a banda se reuniu algumas vezes e constatou que não voltaria enquanto Neil não estivesse bem. E foi em maio de 2002 que voltaram definitivamente à ativa com um novo álbum: Vapor Trails. Destaque para “One Little Victory”, “Secret Touch” e “Earthshine”. A belíssima faixa polirrítmica “Freeze” surge como a parte quatro da tetralogia Fear.
A turnê de Vapor Trails foi notável, já que foi a primeira depois de cinco anos de ausência, e também por ter passado por lugares inéditos, como na Cidade do México e no Brasil, onde tiveram uma das maiores platéias de toda carreira. Nos concertos inéditos, a banda fez questão de colocar no repertório canções que não tocavam há anos, como “By-thor and the snow dog”.
A banda era uma das favoritas para tocar no festival SARS relief concert. Em Agosto de 2003, participaram no festival no Downsview Park em Toronto, onde também tocaram os Rolling Stones, sendo a primeira vez em que fizeram um concerto onde não eram a única atração para um público de mais de meio milhão de pessoas.
Em Outubro de 2003, foi lançado o tão esperado DVD e CD Rush in Rio, gravação do último concerto da turnê Vapor Trails no Maracanã, Rio de Janeiro, Brasil. O DVD foi premiado com o Juno Awards, como melhor DVD musical do ano.
Feedback e a turnê de trinta anos
Em Julho de 2004, voltaram a surpreender com Feedback, disco com oito covers, clássicos de bandas como The Who, Cream, por eles tocados no início de carreira. Algumas canções passaram a tocar nas rádios norte americanas, introduzindo a banda para novos ouvintes.
Logo após isso, a banda foi novamente para estrada, para realizar a turnê comemorativa de trinta anos. Passaram pelos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Alemanha, Itália, Suécia, República Tcheca e Países Baixos. Em Frankfurt, na Alemanha, aproveitaram para gravar o DVD R30 Live In Frankfurt, que foi lançado em 22 de Novembro de 2005.
Postado por
ALDO
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário